A Ordem dos Templários foi fundada em 1118, por Hugues de Payens e Geoffroy de Saint-Omer como uma ordem militar e religiosa, com o nome de "Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão". A Ordem foi criada em Jerusalém, onde receberam do Rei Balduíno II um templo no Monte Moriah para que pudessem se reunir, monte no qual o Rei Salomão edificara seu Templo.
A eles se juntaram mais seis cavaleiros: Andre de Montbard, Nivar de Montdidier, Archambaud de Saint-Aignan, Geoffroy Bisol, Rossal e Gondemar (cavaleiros espanhóis).
Graças ao apoio de Balduíno II os Templários acumularam vitórias sobre os sarracenos (povo muçulmano que não acreditava em Cristo, hereges). Em 1128 já sua fama percorria todo o Oriente Médio e Hugues de Payens apresenta-se ao Concílio de Troyes pedindo a confirmação da Ordem, o que lhe foi concedido pela Santa Sé.
São Bernardo (nome o qual era conhecido Bernardo de Clairvaux), alma deste Concílio, redigiria na mesma época uma regra severa e disciplinada para eles, composta de 72 artigos.
Sua regra usa fundamentalmente os princípios da Constituição de Santo Agostinho e os Templários são obrigados a três votos: Castidade, Pobreza e Obediência. Além disso só podiam comer carne 3 vezes por semana e praticavam rigorosamente a disciplina do silêncio; suas vestes deviam ser de lã, pele de cordeiro ou de carneiro e não era permitido o uso de peles preciosas como de alguns outros animais; usavam barba e bigode, mas deveriam ter os cabelos cortados igualmente na parte da frente. Se algum cavaleiro morresse os demais deveriam rezar 100 pai-nossos por dia até o sétimo dia após a morte, entre outros deveres que os Templários seguiam.
Seus membros se dividem em Cavaleiros, Pajens (Capelães), Escudeiros, Serventes ou Servidores. Acima de todos estava o Grão-Mestre, que com o consentimento do Convento nomeava os Comendadores Provinciais. Os Templários usavam uma túnica inteiriça, metade branca e metade negra, adornada com a cruz vermelha. Esta túnica significava "bons para os amigos de Cristo e terríveis para seus inimigos".
A recepção dos neófitos fazia-se à noite, conforme mistérios iniciáticos antigos, entre os escudeiros e com uma tocha na mão, após pedir três vezes para entrar o neófito era recebido no Convento por 12 membros, os quais lhe faziam numerosas perguntas e lhe explicavam todos os sacrifícios do novo cargo.
Na guerra, os Templários ajudaram muito as Cruzadas, sendo os maiores guerreiros nas lutas da Terra Santa; simultaneamente também se colocaram a serviço de todas as nações cristãs, acumulando incríveis riquezas entre objetos apreendidos em guerras e donativos em ouro, castelos e regiões inteiras em diversos países da Europa, em reconhecimento pelos serviços prestados a vários monarcas.
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» Os Grão-Mestres da Ordem dos Templários | |
Nome |
Período |
Sir Hugues de Payens | 1118 - 1136 |
Sir Robert de Craon | 1136 - 1149 |
Sir Everard de Barres | 1149 - 1153 |
Sir Andre de Montbard | 1153 - 1156 |
Sir Beltraun de Blanquefort | 1156 - 1169 |
Sir Filipe de Milly de Naplusa | 1169 - 1171 |
Sir Odo de Saint-Amand | 1171 - 1179 |
Sir Arnold de Torroges | 1180 - 1184 |
Sir Gerard de Ridefort | 1185 - 1189 |
Sir Robert de Sablé | 1191 - 1193 |
Sir Gilbert Erail | 1194 - 1200 |
Sir Filipe de Plessiez | 1201 - 1209 |
Sir Guillaume de Chartres | 1210 - 1219 |
Sir Pedro de Montaigu | 1219 - 1232 |
Sir Armand de Peragors | 1232 - 1244 |
Sir Richard de Bures | 1244 - 1247 |
Sir Guillaume de Sonnac | 1247 - 1250 |
Sir Reinald de Vichiers | 1250 - 1256 |
Sir Thomas Berard | 1256 - 1273 |
Sir Guillaume de Beaujeu | 1273 - 1291 |
Sir Thibaud Galdin | 1291 - 1298 |
Sir Jacques DeMolay | 1298 - 1314
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Os interesses que levaram a prisão dos Templários | |
* Após várias guerras, a França foi perdendo suas riquezas; havia apenas uma realidade: o soberano era pobre e a Ordem rica. O Rei então, abatendo a Ordem dos Templários, apoderar-se-ia de seu ouro, esvaziando seus cofres para encher os do Estado.
* O Papa Clemente V queria a fusão da Ordem dos Templários com a Ordem dos Hospitalários, isso faria com que a liderança dos grupos passasse para as mãos do Papa. Sendo assim Jacques DeMolay negou a proposta de união, aumentando a ira do Papa Clemente V e do Rei Filipe, o Belo.
* Rei Filipe IV, o Belo, pediu admissão na Ordem dos Templários, mas por trás disso havia o desejo de Filipe ser o Grão-Mestre e pegar toda riqueza da Ordem para si. Sendo assim Jacques DeMolay e os demais Templários negaram a entrada do Rei na Ordem.
* Um dos Cavaleiros Templários, chamado Squin de Florian, insatisfeito por Jacques DeMolay ser o Grão-Mestre, prepara falsas provas para serem entregues ao Rei Filipe e trai DeMolay, aliando-se com Filipe e dando informações dos locais em que o Grão-Mestre estaria para que pudesse ser preso e de onde encontrava-se as riquezas da Ordem do Templo.
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A prisão dos Templários | |
No dia 12 de outubro de 1307, o 22º Grão-Mestre dos Templários, Jacques DeMolay, acompanhado de seus cavaleiros, estavam em Paris para a Cerimônia de Funeral de uma Princesa da Casa Real da França. Logo após o funeral, DeMolay foi para a sede européia da Ordem chamada "Vila Neuve du Temple", e após um jantar com seus cavaleiros e escudeiros recolheu-se para seus aposentos para descansar. No mesmo instante, oficiais espalhados por todo reino francês e representantes do poder do Rei, abriam as cartas contendo o Selo Real, as quais traziam o decreto de prisão de Jacques DeMolay e dos Templários, hóspedes de honra do Rei da França.
Durante a madrugada da sexta-feira 13 de outubro de 1307, enquanto os sinos tocavam três badaladas, oficiais invadiam as casa dos Templários na França inteira. No castelo onde estava Jacques DeMolay, o próprio guardião do Selo Real, Guillaume de Nogaret liderou a invasão e declarou DeMolay e todos os Templários ali presentes prisioneiros sob a ordem do Rei Filipe, o Belo.
Os Templários de todos os Conventos e Comendadorias foram postos nas prisões do Estado, onde cumpririam ordens pessoais do Rei: serem submetidos ao tormento e interrogados pela Câmara Inquisidora para confessarem sua culpa.
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As acusações contra os Templários | |
* Negação e ultrajes à cruz - os Templários foram acusados de heresia; de negarem a existência de Deus e de Jesus Cristo, não sendo portanto Cristãos; de cuspirem na cruz e de a colocarem de ponta-cabeça.
* Não consagração da hóstia - foram acusados de não acreditarem na ressurreição de Cristo e não considerarem a hóstia como o corpo de Cristo.
* Poder de remissão do Grande Mestre - diziam que o Grão-Mestre absolvia seus cavaleiros dos pecados, colocando-se acima de Deus e da Igreja (a qual era incumbida de aplicar a penitência e a absolvição dos pecados, dizendo-se a única Ordem com permissão divina).
* Sodomia e beijos obscenos - acusados de manterem relações homossexuais entre os Templários e de beijarem-se na boca, principalmente na recepção do neófito.
* Imposição do segredo - a Igreja e o Rei alegavam que para haver segredo, havia algo maligno em suas reuniões. Diziam ainda, que esses segredos tratavam-se de planos contra a Igreja e o Reinado de Filipe, o Belo.
* Existência de uma regra secreta - tal regra seria a "Ordem Negra", o ensinamento oculto, uma regra que pregava os deveres dos seguidores de Baphomet.
* Idolatria à Baphomet - acusados de cultuarem a figura de Baphomet, um ser com cabeça de bode e que representa o demônio; o diabo
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O "Fim" dos Templários | |
No dia 18 de março de 1314 Jacques DeMolay foi queimado numa fogueira aos olhos de várias pessoas que assistiram sua trágica derrota, declarando, com a morte do seu Grão-Mestre, o suposto fim da Ordem dos Templários. Mas, segundo alguns autores, os Templários, que escaparam da fúria do Rei, fugiram para a Escócia e entre os anos 1376 e 1396, trabalhando como pedreiros na construção de grandes catedrais, deram início a "Freemasonry" ou "Franco-Maçonaria" e originando o Rito Escocês.
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